VOLUNTÁRIOS DO MAR
Montevideo/Uruguay
Três vezes por semana, no início da manhã ou a noite, pessoas das mais diversas origens e formações se reúnem em diferentes pontos da costa uruguaia banhada pelo Rio da Prata com um único objetivo: treinar técnicas de salvamento ao mar.
No mesmo grupo tanto podem ter executivos, profissionais liberais, aposentados, jovens estudantes ou quem quer que seja. O que os reúne ali é o interesse em comum de ser voluntário na ONG que coordena os resgates naquelas águas fluviais – porém traiçoeiras.
Ancorado na marina ou navegando pelas águas das baías costeiras tem-se uma falsa impressão de calmaria. Mas quando o barco entra no rio aberto a história é diferente, e violentas marolas produzidas pelas fortes correntes na água e pelo vento que uiva ao redor, os marujos entram em estado de concentração absoluta, no qual cada simples movimento mal executado por resultar um acidente. Não é permitido andar pelo convés sem estar preso pela cintura com mosquetões aos cabos de aço de segurança. As mãos precisam agarrar com firmeza qualquer ponto de apoio, do contrário desequilibra-se facilmente e você pode dar com a testa ao redor. Com tanto balanço, vomitar é uma certeza. Fotografar, uma difícil missão.
Todo o treinamento é ditado pela cooperação coletiva entre os que estão a bordo. Cada um tem uma função específica. Os movimentos são orquestrados e precisos. Os mais experientes ensinam os novatos. Todos sob comando do capitão – que eles chamam patrón.
Companheirismo, responsabilidade e dedicação são lemas fortes entre essas pessoas que durante cerca de 3 horas a cada saída esquecem suas profissões de origem e tornam-se aprendizes de heróis da vida real. A possibilidade de um chamado de emergência é 24h ao dia, e quando chega este momento, os voluntários largam o que estiverem fazendo para salvar vidas.
